quinta-feira, 22 de novembro de 2012
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Hilda Hilst
De alguns neurônios que tenho
Tão ricos, tão carmesins
Tem esfaimada fome
Do teu todo que lateja.
Se tenho a pedir, não peço.
Contente, eu mais lhe agradeço
Quanto maior a distância.
E só porisso uma dança, vezenquando
Se faz nos meus ossos velhos.
Cantando e dançando, digo:
Meu Deus, por tamanho esquecimento
Desta que sou, fiapo, da terra um cisco
Beijo-te pés e artelhos.
Pés burilados
Luz-alabastro
Mandou seu filho
Ser trespassado
Nos pés de carne
Nas mãos de carne
No peito vivo. De carne.
Cuidado.
77
Tão ricos, tão carmesins
Tem esfaimada fome
Do teu todo que lateja.
Se tenho a pedir, não peço.
Contente, eu mais lhe agradeço
Quanto maior a distância.
E só porisso uma dança, vezenquando
Se faz nos meus ossos velhos.
Cantando e dançando, digo:
Meu Deus, por tamanho esquecimento
Desta que sou, fiapo, da terra um cisco
Beijo-te pés e artelhos.
Pés burilados
Luz-alabastro
Mandou seu filho
Ser trespassado
Nos pés de carne
Nas mãos de carne
No peito vivo. De carne.
Cuidado.
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